Esse texto é uma visão em terceira pessoa de um experimento bastante famoso feito por Stanley Milgram nos anos 60. O texto é bastante literário e mostra o experimento de forma bem detalhada, além das inúmeras críticas e ataques contra Milgram e sua postura anti ética na realização do experimento. Mas como eu disse, o texto é bem literário, e não descritivo, de modo que o foco dele não é apenas o experimento, mas sim as experiências da narradora que se mostra muito entusiasmado com os resultados controversos e misteriosos que o experimento obteve. Tais resultados só puderam ser registrados através dos próprios esforços da narradora em procurar saber mais sobre o fato, indo atrás de pessoas que participaram dele para saber mais sobre as consequências geradas pela suposta falta de ética e respeito da parte do Milgram para com os objetos humanos da pesquisa.
Para que fique mais clara a situação, e seja mais fácil tirar conclusões sobre a postura do Milgram em realizar essa pesquisa, a descreverei brevemente. Milgram queria saber mais sobre a obediência, e até que ponto ela levaria o ser humano a fazer coisas que contrariassem até mesmo a sua moral. Então ele anunciou em um jornal que seria realizado um experimento sobre aprendizagem, e ofereceu uma quantia em dinheiro para quem se dispusesse a participar, indo ao endereço descrito no anúncio. O fato é que essa situação era uma farsa, o experimento era de fato sobre obediência, e não aprendizagem, mas Milgram não queria que os seus objetos de estudo soubessem disso. Então ele colocou um ator na posição do professor que supostamente estaria realizando aquele experimento, e um outro na posição de um voluntário, juntamente com aquele de de fato estaria sendo estudado. Na situação proposta, uma pessoa (sempre o ator) seria sorteada para ir à cadeira elétrica para ser aquele que responderia às perguntas, e consequentemente, tomaria os choques sempre que errasse, o fato principal é que quem daria os choques seria o outro voluntário, a quem estava de fato sendo direcionado o estudo sobre a obediência, estudo esse que se voltava para até onde a pessoa daria o choque no ator que estava fingindo ser estudado. Os choques subiam conforme os erros se repetiam, o ator ia demonstrando cada vez mais dor, e o outro ator, que estava no papel de professor, sempre dizia pra continuar, forçando as pessoas a chegar no seu ponto máximo de obediência.
O fato é que por mais que esse experimento estivesse totalmente regularizado, nem aqueles que o aprovaram, nem mesmo Milgram, esperava o resultado final apresentado. Em média, 65% das pessoas que participaram do experimento foram até o final, dando o choque de voltagem máxima, que na descrição do painel dizia ser letal, tudo isso incentivado por uma obediência quase que cega por alguém que supostamente sabia do que estava fazendo.
Esse experimento gerou várias discussões, e até mesmo trauma naqueles que participaram e inesperadamente foram até o final. Mas, por mais que inegavelmente anti ético, esse experimento mostrou várias características da obediência (por parte dos 65%) e do desafio, da desobediência (por parte dos 35%). No final, a narradora fala de suas conversas com participantes do experimento que obedeceram e desobedeceram, e aí surge a grande discussão da efetividade do experimento, pois durante a discussão sobre os resultados pós experimento, a pessoa que obedeceu, mostrou ter aprendido com o experimento, e depois dele, passou a ser mais desobediente às suas imposições externas, ao contrário daquele que desobedeceu, que durante a conversa relatada no texto, se mostrou bem controverso na sua suposta boa ação em não dar o choque no ator, a qual na verdade foi feita pensando no seu próprio bem estar.
Todos esses pontos apontam para uma natureza complexa a respeito da obediência, e coloca em cheque as várias teorias que apontam como ponto principal nessa discussão o ambiente externo àquele que obedece. O fato é que os resultados apontam para uma obediência interna, pois por mais que as condições externas fossem extremas e irreais, os relatos dos participantes mostram que dentro dessa discussão existem aspectos internos ao indivíduo, que dificilmente serão desvendados pelos números demonstrados por Milgram ou por qualquer outra pesquisa, mas que - a exemplo do que foi feito no experimento - devem ser questionados e trazidos à discussão.
Link para o texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6MzI2YmUzZTAyMjNiODExYw
domingo, 8 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
O Método de Instrução Personalizada na Universidade de Brasília: Aplicação, Análise e Comparação com o Método Tradicional
Para uma breve introdução no assunto é importante pontuarmos como funciona o método de instrução personalizada, que é o foco principal do texto. Esse sistema funciona com base numa educação menos generalizada, fugindo do método tradicional baseado em aulas expositivas, iguais para todos. O processo começa com um planejamento pré elaborado pelo professor, e depois entregue aos alunos em forma de instruções, detalhando como procederá o semestre. Isso é feito para que não haja improvisos, o qual é evitado ao máximo por esse sistema.
Durante o semestre o professor passa apostilas com numero "x" de unidades já pré determinadas nas instruções, o aluno deverá cumprir todas as unidades para concluir a matéria, sendo que pra isso, deve fazer, sem erros, uma bateria de provas para cada unidade, no ritmo que ele conseguir. O mais interessante disso é que a menção do aluno depende das unidades cumpridas por ele, sendo que pra cumprir o mínimo necessário para concluir o curso, ele pode demorar mais que um semestre, começando o semestre seguinte de onde parou, não sendo considerado um aluno reprovado, mas incompleto.
Outro aspecto importante desse sistema é a relação professor-aluno. Agora o professor não serve apenas como um mero expositor, sua função principal é organizar o curso, e solucionar dúvidas ou problemas maiores que não puderam ser resolvidos pelos monitores ou instrutores. Esses dois últimos também são uma novidade importante para o funcionamento do sistema, uma vez que sem as aulas pontuais, são necessários monitores para tirar dúvidas e aplicar as provas, e os instrutores para auxiliar o professor em problemas maiores.
Com isso podemos definir esse sistema não só como personalizado, mas com autônomo, uma vez que a responsabilidade pelo andamento do curso fica toda nas mãos do aluno, podendo fazê-lo em seu ritmo, o que proporciona uma liberdade muito maior para que o aluno aprenda de fato, e não só cumpra uma grade mais preocupada com prazos do que com conteúdo.
No texto o autor expõe números sobre o que ocorreu com as turmas que foram submetidas à esse sistema, não é o ponto principal do texto, mas é importante frisar como o sistema foi se encorpando e se tornando mais efetivo no que foi proposto a mudar, tudo isso conforme a adaptação dos alunos, monitores, instrutores e professores.
É claro que esse sistema também tem falhas, mas o mais importante nesse estudo foi perceber que existem outras formas de ensinar além do método tradicional milenar, que por mais antigo que seja, poucas vezes foi questionado, e pior, poucas vezes foi testado de fato. O aprendizado é um processo complexo, e suas ferramentas devem ser variadas. O que foi proposto no texto não foi um sistema ideal, mas um debate sobre a hegemonia de um sistema, debate esse que infelizmente é pontual e momentâneo.
Link para o texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6M2I5YTc0YmY3NDQwNDYwNg
Durante o semestre o professor passa apostilas com numero "x" de unidades já pré determinadas nas instruções, o aluno deverá cumprir todas as unidades para concluir a matéria, sendo que pra isso, deve fazer, sem erros, uma bateria de provas para cada unidade, no ritmo que ele conseguir. O mais interessante disso é que a menção do aluno depende das unidades cumpridas por ele, sendo que pra cumprir o mínimo necessário para concluir o curso, ele pode demorar mais que um semestre, começando o semestre seguinte de onde parou, não sendo considerado um aluno reprovado, mas incompleto.
Outro aspecto importante desse sistema é a relação professor-aluno. Agora o professor não serve apenas como um mero expositor, sua função principal é organizar o curso, e solucionar dúvidas ou problemas maiores que não puderam ser resolvidos pelos monitores ou instrutores. Esses dois últimos também são uma novidade importante para o funcionamento do sistema, uma vez que sem as aulas pontuais, são necessários monitores para tirar dúvidas e aplicar as provas, e os instrutores para auxiliar o professor em problemas maiores.
Com isso podemos definir esse sistema não só como personalizado, mas com autônomo, uma vez que a responsabilidade pelo andamento do curso fica toda nas mãos do aluno, podendo fazê-lo em seu ritmo, o que proporciona uma liberdade muito maior para que o aluno aprenda de fato, e não só cumpra uma grade mais preocupada com prazos do que com conteúdo.
No texto o autor expõe números sobre o que ocorreu com as turmas que foram submetidas à esse sistema, não é o ponto principal do texto, mas é importante frisar como o sistema foi se encorpando e se tornando mais efetivo no que foi proposto a mudar, tudo isso conforme a adaptação dos alunos, monitores, instrutores e professores.
É claro que esse sistema também tem falhas, mas o mais importante nesse estudo foi perceber que existem outras formas de ensinar além do método tradicional milenar, que por mais antigo que seja, poucas vezes foi questionado, e pior, poucas vezes foi testado de fato. O aprendizado é um processo complexo, e suas ferramentas devem ser variadas. O que foi proposto no texto não foi um sistema ideal, mas um debate sobre a hegemonia de um sistema, debate esse que infelizmente é pontual e momentâneo.
Link para o texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6M2I5YTc0YmY3NDQwNDYwNg
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