No texto, a paciente retratada tinha 61 anos, e provavelmente sofria do transtorno há muito tempo, pois seu quadro estava bem agravado, e o próprio transtorno tem a característica de se apresentar na pessoa durante a juventude, podendo ter diferentes intensidades durante a vida sob influência de acontecimentos externos que possam afetar a pessoa.
Quando a enfermeira teve o primeiro contato com a paciente, ela estava no estado depressivo. Nesse encontro a enfermeira se mostrou muito afetada pela paciente, revelando que se sentiu pesada, contagiada pela depressão. Esse resultado provém do próprio tratamento utilizado pela enfermeira, que é o que eu julgo de mais interessante no texto, sendo esse tratamento feito basicamente pela convivência entre a enfermeira e a paciente, onde a enfermeira a estudava para tentar encontrar meios para incentivar, e auxiliar a paciente a chegar à cura, não simplesmente entregá-la num frasco - o que resolveria o problema à curto prazo - como se faz comumente.
Tal método aproximava muito a enfermeira à paciente, fato explicitado no texto tanto nesse primeiro encontro, quanto em um encontro seguinte onde a enfermeira já estava com um plano definido, depois de muito estudo, para agir corretamente com a paciente no estado depressivo. Mas nesse caso o transtorno revelou sua característica instantânea, e quando a enfermeira foi ao encontro da paciente ela já estava no estado maníaco, de grande euforia, em que a enfermeira obviamente deveria agir de forma completamente diferente. Nesse encontro a enfermeira também se sentiu afetada, mas agora por uma exaustão, quase uma irritação por não conseguir domar a paciente quase que incontrolavelmente ativa.
Essas reações mostram como esse problema é real e ao mesmo tempo sutil, uma vez que o enxergamos com uma perspectiva distante, sem saber que ele pode nos afetar mesmo nós não sendo os diretos sofredores do problema.
Por fim, o texto mostra que a enfermeira obteve bons resultados com o seu método, pois conseguiu uma boa conexão com a paciente, gerando um elo de confiança entre elas. Em suas conversas ela se preocupou em enfatizar o valor da vida da paciente, e como sua recuperação era importante não só para ela mas para a sua família que estava ao lado dela torcendo por isso. Esse tipo de tratamento não é o convencional, mas entendo que seja o mais humano e de fato efetivo, uma vez que tais problemas são internos ao ser humano, portanto, impossíveis de serem solucionados por um comprimido que haje sobre o corpo, talvez apenas abrandando alguns sintomas. Em uma analogia ao texto de Descartes comentado acima, enfatizo a importância de um tratamento numa perspectiva interna, psicológica, e não biológica, orgânica, uma vez que o problema está atrelado à alma, uma parte fora das limitações do corpo, e que portanto, não sofre a ação de químicos formulados para agir sobre o nosso organismo. Com isso, entendo que uma solução só seria encontrada pela própria paciente, uma vez que é a única que consegue agir sobre a sua alma, sendo trabalho da enfermeira apenas mostrar os caminhos, processo que eu vi acontecer no relato exposto nesse texto.
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