segunda-feira, 28 de abril de 2014

Assistência de Enfermagem a Pacientes com Desordem Bipolar e Sentimentos da Estudante de Enfermagem: Estudo de Caso

Esse texto fala - através de uma linguagem bem fluída e descritiva - basicamente da experiência de uma enfermeira ao cuidar de uma paciente que sofria da desordem bipolar, ou transtorno bipolar, também tratada no texto como psicose maníaco depressiva de ciclagem rápida. Esse transtorno é basicamente uma mudança de comportamento extremamente acentuada, que geralmente se dá em poucos estantes, podendo ocorrer várias vezes em um mesmo dia, onde a pessoa afetada passa de uma profunda depressão à picos extremos de euforia.
No texto, a paciente retratada tinha 61 anos, e provavelmente sofria do transtorno há muito tempo, pois seu quadro estava bem agravado, e o próprio transtorno tem a característica de se apresentar na pessoa durante a juventude, podendo ter diferentes intensidades durante a vida sob influência de acontecimentos externos que possam afetar a pessoa.
Quando a enfermeira teve o primeiro contato com a paciente, ela estava no estado depressivo. Nesse encontro a enfermeira se mostrou muito afetada pela paciente, revelando que se sentiu pesada, contagiada pela depressão. Esse resultado provém do próprio tratamento utilizado pela enfermeira, que é o que eu julgo de mais interessante no texto, sendo esse tratamento feito basicamente pela convivência entre a enfermeira e a paciente, onde a enfermeira a estudava para tentar encontrar meios para incentivar, e auxiliar a paciente a chegar à cura, não simplesmente entregá-la num frasco - o que resolveria o problema à curto prazo - como se faz comumente.
Tal método aproximava muito a enfermeira à paciente, fato explicitado no texto tanto nesse primeiro encontro, quanto em um encontro seguinte onde a enfermeira já estava com um plano definido, depois de muito estudo, para agir corretamente com a paciente no estado depressivo. Mas nesse caso o transtorno revelou sua característica instantânea, e quando a enfermeira foi ao encontro da paciente ela já estava no estado maníaco, de grande euforia, em que a enfermeira obviamente deveria agir de forma completamente diferente. Nesse encontro a enfermeira também se sentiu afetada, mas agora por uma exaustão, quase uma irritação por não conseguir domar a paciente quase que incontrolavelmente ativa.
Essas reações mostram como esse problema é real e ao mesmo tempo sutil, uma vez que o enxergamos com uma perspectiva distante, sem saber que ele pode nos afetar mesmo nós não sendo os diretos sofredores do problema.
Por fim, o texto mostra que a enfermeira obteve bons resultados com o seu método, pois conseguiu uma boa conexão com a paciente, gerando um elo de confiança entre elas. Em suas conversas ela se preocupou em enfatizar o valor da vida da paciente, e como sua recuperação era importante não só para ela mas para a sua família que estava ao lado dela torcendo por isso. Esse tipo de tratamento não é o convencional, mas entendo que seja o mais humano e de fato efetivo, uma vez que tais problemas são internos ao ser humano, portanto, impossíveis de serem solucionados por um comprimido que haje sobre o corpo, talvez apenas abrandando alguns sintomas. Em uma analogia ao texto de Descartes comentado acima, enfatizo a importância de um tratamento numa perspectiva interna, psicológica, e não biológica, orgânica, uma vez que o problema está atrelado à alma, uma parte fora das limitações do corpo, e que portanto, não sofre a ação de químicos formulados para agir sobre o nosso organismo. Com isso, entendo que uma solução só seria encontrada pela própria paciente, uma vez que é a única que consegue agir sobre a sua alma, sendo trabalho da enfermeira apenas mostrar os caminhos, processo que eu vi acontecer no relato exposto nesse texto.
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