sexta-feira, 9 de maio de 2014

Sobre Ser São em Lugares Insanos

O texto fala de um experimento feito por David Rosenhan na década de 70. Rosenhan era um homem bem conceituado, professor emérito pela Universidade de Stanford e tinha um forte posicionamento crítico contra o controle social exercido pela psiquiatria na época.
O experimento é narrado em terceira pessoa por uma psiquiatra que se mostra quase que fascinada pelos estudos de Rosenhan e seus resultados, o que de certa forma prejudica o texto, uma vez que o lado dos críticos e das pessoas que foram contra essa pesquisa acaba ficando desfavorecido.
Rosenhan, após refletir sobre o sistema de classificação dos pacientes baseado numa rotulação fria e robótica por parte dos psiquiatras, propõe a mais oito amigos - de diferentes profissões - que fossem à uma consulta e alegassem ouvir uma voz que dizia "TUM". Todos aceitaram prontamente, procederam conforme o proposto, e foram diagnosticados com um transtorno mental (quase que unanimemente esquizofrenia) e internados, o que é estranho uma vez que o sintoma apresentado não se encaixa à nenhum transtorno.
Depois de internados, o procedimento proposto era que agissem normalmente, alegando não ouvirem mais a voz, com a expectativa de serem liberados e reconhecidos como "normais", fato esse que não aconteceu. Eles ficaram em média 19 dias na clínica (variando esse período entre os participantes do experimento).
Ao sair da internação Rosenhan publicou suas anotações e conclusões em uma importante revista, apontando as falhas dos profissionais durante a consulta e o próprio tratamento dentro da clínica. Essa publicação gerou incomodo tanto por parte das clínicas envolvidas na pesquisa, quanto por parte de críticos que se viram ameaçados com os resultados, como por exemplo Spitzer, que depois escreveu dois artigos apontando erros no experimento, questionando os seus resultados.
O texto se prolonga mais em exemplos, falando de experimentos acontecimentos em que o resultado é influenciado conforme uma indução feita por quem participa deles (como o exemplo do cavalo Hans). Mas a ideia central do texto, que corresponde ao resultado do experimento e suas implicações, é o que julgo mais importante à ser discutido. Por mais que o lado que vai contra Rosenhan seja importante, e possua argumentos relevantes, o problema evidenciado por esses resultados acaba ofuscando tudo isso. É claro que a realidade atual é outra, e que provavelmente, se feita hoje, o experimento teria resultados um pouco diferentes (como é mostrado em um exemplo no texto). Mas a frieza dos diagnósticos baseados em um manual pré-definido e generalizado, e a tendência de classificar o problema do paciente como algum transtorno, sem se preocupar com os problemas que isso pode gerar, são problemas que mantêm essas situações demonstradas no texto potencialmente vivas.

 Links:

Texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6NWRhNDE3YTk3ZTk3MmFh 
 
Cavalo Hans:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Esperto

Nenhum comentário:

Postar um comentário