Esse texto é uma visão em terceira pessoa de um experimento bastante famoso feito por Stanley Milgram nos anos 60. O texto é bastante literário e mostra o experimento de forma bem detalhada, além das inúmeras críticas e ataques contra Milgram e sua postura anti ética na realização do experimento. Mas como eu disse, o texto é bem literário, e não descritivo, de modo que o foco dele não é apenas o experimento, mas sim as experiências da narradora que se mostra muito entusiasmado com os resultados controversos e misteriosos que o experimento obteve. Tais resultados só puderam ser registrados através dos próprios esforços da narradora em procurar saber mais sobre o fato, indo atrás de pessoas que participaram dele para saber mais sobre as consequências geradas pela suposta falta de ética e respeito da parte do Milgram para com os objetos humanos da pesquisa.
Para que fique mais clara a situação, e seja mais fácil tirar conclusões sobre a postura do Milgram em realizar essa pesquisa, a descreverei brevemente. Milgram queria saber mais sobre a obediência, e até que ponto ela levaria o ser humano a fazer coisas que contrariassem até mesmo a sua moral. Então ele anunciou em um jornal que seria realizado um experimento sobre aprendizagem, e ofereceu uma quantia em dinheiro para quem se dispusesse a participar, indo ao endereço descrito no anúncio. O fato é que essa situação era uma farsa, o experimento era de fato sobre obediência, e não aprendizagem, mas Milgram não queria que os seus objetos de estudo soubessem disso. Então ele colocou um ator na posição do professor que supostamente estaria realizando aquele experimento, e um outro na posição de um voluntário, juntamente com aquele de de fato estaria sendo estudado. Na situação proposta, uma pessoa (sempre o ator) seria sorteada para ir à cadeira elétrica para ser aquele que responderia às perguntas, e consequentemente, tomaria os choques sempre que errasse, o fato principal é que quem daria os choques seria o outro voluntário, a quem estava de fato sendo direcionado o estudo sobre a obediência, estudo esse que se voltava para até onde a pessoa daria o choque no ator que estava fingindo ser estudado. Os choques subiam conforme os erros se repetiam, o ator ia demonstrando cada vez mais dor, e o outro ator, que estava no papel de professor, sempre dizia pra continuar, forçando as pessoas a chegar no seu ponto máximo de obediência.
O fato é que por mais que esse experimento estivesse totalmente regularizado, nem aqueles que o aprovaram, nem mesmo Milgram, esperava o resultado final apresentado. Em média, 65% das pessoas que participaram do experimento foram até o final, dando o choque de voltagem máxima, que na descrição do painel dizia ser letal, tudo isso incentivado por uma obediência quase que cega por alguém que supostamente sabia do que estava fazendo.
Esse experimento gerou várias discussões, e até mesmo trauma naqueles que participaram e inesperadamente foram até o final. Mas, por mais que inegavelmente anti ético, esse experimento mostrou várias características da obediência (por parte dos 65%) e do desafio, da desobediência (por parte dos 35%). No final, a narradora fala de suas conversas com participantes do experimento que obedeceram e desobedeceram, e aí surge a grande discussão da efetividade do experimento, pois durante a discussão sobre os resultados pós experimento, a pessoa que obedeceu, mostrou ter aprendido com o experimento, e depois dele, passou a ser mais desobediente às suas imposições externas, ao contrário daquele que desobedeceu, que durante a conversa relatada no texto, se mostrou bem controverso na sua suposta boa ação em não dar o choque no ator, a qual na verdade foi feita pensando no seu próprio bem estar.
Todos esses pontos apontam para uma natureza complexa a respeito da obediência, e coloca em cheque as várias teorias que apontam como ponto principal nessa discussão o ambiente externo àquele que obedece. O fato é que os resultados apontam para uma obediência interna, pois por mais que as condições externas fossem extremas e irreais, os relatos dos participantes mostram que dentro dessa discussão existem aspectos internos ao indivíduo, que dificilmente serão desvendados pelos números demonstrados por Milgram ou por qualquer outra pesquisa, mas que - a exemplo do que foi feito no experimento - devem ser questionados e trazidos à discussão.
Link para o texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6MzI2YmUzZTAyMjNiODExYw
domingo, 8 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
O Método de Instrução Personalizada na Universidade de Brasília: Aplicação, Análise e Comparação com o Método Tradicional
Para uma breve introdução no assunto é importante pontuarmos como funciona o método de instrução personalizada, que é o foco principal do texto. Esse sistema funciona com base numa educação menos generalizada, fugindo do método tradicional baseado em aulas expositivas, iguais para todos. O processo começa com um planejamento pré elaborado pelo professor, e depois entregue aos alunos em forma de instruções, detalhando como procederá o semestre. Isso é feito para que não haja improvisos, o qual é evitado ao máximo por esse sistema.
Durante o semestre o professor passa apostilas com numero "x" de unidades já pré determinadas nas instruções, o aluno deverá cumprir todas as unidades para concluir a matéria, sendo que pra isso, deve fazer, sem erros, uma bateria de provas para cada unidade, no ritmo que ele conseguir. O mais interessante disso é que a menção do aluno depende das unidades cumpridas por ele, sendo que pra cumprir o mínimo necessário para concluir o curso, ele pode demorar mais que um semestre, começando o semestre seguinte de onde parou, não sendo considerado um aluno reprovado, mas incompleto.
Outro aspecto importante desse sistema é a relação professor-aluno. Agora o professor não serve apenas como um mero expositor, sua função principal é organizar o curso, e solucionar dúvidas ou problemas maiores que não puderam ser resolvidos pelos monitores ou instrutores. Esses dois últimos também são uma novidade importante para o funcionamento do sistema, uma vez que sem as aulas pontuais, são necessários monitores para tirar dúvidas e aplicar as provas, e os instrutores para auxiliar o professor em problemas maiores.
Com isso podemos definir esse sistema não só como personalizado, mas com autônomo, uma vez que a responsabilidade pelo andamento do curso fica toda nas mãos do aluno, podendo fazê-lo em seu ritmo, o que proporciona uma liberdade muito maior para que o aluno aprenda de fato, e não só cumpra uma grade mais preocupada com prazos do que com conteúdo.
No texto o autor expõe números sobre o que ocorreu com as turmas que foram submetidas à esse sistema, não é o ponto principal do texto, mas é importante frisar como o sistema foi se encorpando e se tornando mais efetivo no que foi proposto a mudar, tudo isso conforme a adaptação dos alunos, monitores, instrutores e professores.
É claro que esse sistema também tem falhas, mas o mais importante nesse estudo foi perceber que existem outras formas de ensinar além do método tradicional milenar, que por mais antigo que seja, poucas vezes foi questionado, e pior, poucas vezes foi testado de fato. O aprendizado é um processo complexo, e suas ferramentas devem ser variadas. O que foi proposto no texto não foi um sistema ideal, mas um debate sobre a hegemonia de um sistema, debate esse que infelizmente é pontual e momentâneo.
Link para o texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6M2I5YTc0YmY3NDQwNDYwNg
Durante o semestre o professor passa apostilas com numero "x" de unidades já pré determinadas nas instruções, o aluno deverá cumprir todas as unidades para concluir a matéria, sendo que pra isso, deve fazer, sem erros, uma bateria de provas para cada unidade, no ritmo que ele conseguir. O mais interessante disso é que a menção do aluno depende das unidades cumpridas por ele, sendo que pra cumprir o mínimo necessário para concluir o curso, ele pode demorar mais que um semestre, começando o semestre seguinte de onde parou, não sendo considerado um aluno reprovado, mas incompleto.
Outro aspecto importante desse sistema é a relação professor-aluno. Agora o professor não serve apenas como um mero expositor, sua função principal é organizar o curso, e solucionar dúvidas ou problemas maiores que não puderam ser resolvidos pelos monitores ou instrutores. Esses dois últimos também são uma novidade importante para o funcionamento do sistema, uma vez que sem as aulas pontuais, são necessários monitores para tirar dúvidas e aplicar as provas, e os instrutores para auxiliar o professor em problemas maiores.
Com isso podemos definir esse sistema não só como personalizado, mas com autônomo, uma vez que a responsabilidade pelo andamento do curso fica toda nas mãos do aluno, podendo fazê-lo em seu ritmo, o que proporciona uma liberdade muito maior para que o aluno aprenda de fato, e não só cumpra uma grade mais preocupada com prazos do que com conteúdo.
No texto o autor expõe números sobre o que ocorreu com as turmas que foram submetidas à esse sistema, não é o ponto principal do texto, mas é importante frisar como o sistema foi se encorpando e se tornando mais efetivo no que foi proposto a mudar, tudo isso conforme a adaptação dos alunos, monitores, instrutores e professores.
É claro que esse sistema também tem falhas, mas o mais importante nesse estudo foi perceber que existem outras formas de ensinar além do método tradicional milenar, que por mais antigo que seja, poucas vezes foi questionado, e pior, poucas vezes foi testado de fato. O aprendizado é um processo complexo, e suas ferramentas devem ser variadas. O que foi proposto no texto não foi um sistema ideal, mas um debate sobre a hegemonia de um sistema, debate esse que infelizmente é pontual e momentâneo.
Link para o texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6M2I5YTc0YmY3NDQwNDYwNg
domingo, 18 de maio de 2014
Adicção, Antecipação e Tolerância às drogas
O assunto “droga” sempre foi evitado, e quando discutido, sempre foi feito de um forma supericial, nunca analisando os aspectos que envolvem o usuário, mas apenas o aspecto químico do problema. O texto de certa forma é bem esclarecedor no que se refere à análise do contexto em que o indivíduo se encontra, mostrando esse ponto como fundamental e talvez até o principal no que se refere ao processo de tratamento de pessoas envolvidas com drogas.
No texto, o autor aborda alguns aspectos imortantes no desenvolvimento de uma dependencia, tais como o lugar onde a droga é usualmente consumida, a quantidade e frequencia das doses, e até mesmo a pessoa que aplica essas drogas. Esses fatores podem gerar uma tolerancia para o consumidor da droga, agravando ainda mais o processo de dependencia. Essa análise foi abordada no texto de uma forma muito experimental, fria, passando reto por pontos relevantes, o que acaba deixando o assunto muito teórico, sem um embasamento ou um exemplo prático que apoiem essas teorias, e talvez seja esse o ponto fraco do texto.
Depois da exposição dessas ideias e teorias, o autor aponta uma solução para essa dependencia, no que julgo como o ponto principal do texto, e o mais interessante. A solução proposta seria uma imersão do dependente na realidade que ele vivia no momento do uso da droga, porém, sem a aplicação da droga. Isso, segundo o autor, condicionaria o efeito o efeito que gerou a tolerância no cérebro do dependente, porém, sem aplicar o que gerou propriamente essa tolerância, de forma que agora, situações que potencialmente gerariam a recaída da pessoa, agora não são mais automaticamente associadas à droga como era antes desse tratamento.
Em fim, o grande efeito desse texto - pelo menos na minha experiência de leitura - é o de despertar a atenção das pessoas para aspectos relacionados à dependência que geralmente não são levados em consideração, quando na verdade podem ser os mais importantes. O problema principal é a forma como ele aborda o assunto, pois o texto fala do desenvolvimento dessa teoria, e não dos relatos de sua aplicação prática, o que é geralmente mais interessante para o leitor. Mas a ideia proposta no texto deve ser estudada, pois é totalmente coerente, porém, negligenciada.
Link do texto:
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Sobre Ser São em Lugares Insanos
O texto fala de um experimento feito por David Rosenhan na década de 70. Rosenhan era um homem bem conceituado, professor emérito pela Universidade de Stanford e tinha um forte posicionamento crítico contra o controle social exercido pela psiquiatria na época.
O experimento é narrado em terceira pessoa por uma psiquiatra que se mostra quase que fascinada pelos estudos de Rosenhan e seus resultados, o que de certa forma prejudica o texto, uma vez que o lado dos críticos e das pessoas que foram contra essa pesquisa acaba ficando desfavorecido.
Rosenhan, após refletir sobre o sistema de classificação dos pacientes baseado numa rotulação fria e robótica por parte dos psiquiatras, propõe a mais oito amigos - de diferentes profissões - que fossem à uma consulta e alegassem ouvir uma voz que dizia "TUM". Todos aceitaram prontamente, procederam conforme o proposto, e foram diagnosticados com um transtorno mental (quase que unanimemente esquizofrenia) e internados, o que é estranho uma vez que o sintoma apresentado não se encaixa à nenhum transtorno.
Depois de internados, o procedimento proposto era que agissem normalmente, alegando não ouvirem mais a voz, com a expectativa de serem liberados e reconhecidos como "normais", fato esse que não aconteceu. Eles ficaram em média 19 dias na clínica (variando esse período entre os participantes do experimento).
Ao sair da internação Rosenhan publicou suas anotações e conclusões em uma importante revista, apontando as falhas dos profissionais durante a consulta e o próprio tratamento dentro da clínica. Essa publicação gerou incomodo tanto por parte das clínicas envolvidas na pesquisa, quanto por parte de críticos que se viram ameaçados com os resultados, como por exemplo Spitzer, que depois escreveu dois artigos apontando erros no experimento, questionando os seus resultados.
O texto se prolonga mais em exemplos, falando de experimentos acontecimentos em que o resultado é influenciado conforme uma indução feita por quem participa deles (como o exemplo do cavalo Hans). Mas a ideia central do texto, que corresponde ao resultado do experimento e suas implicações, é o que julgo mais importante à ser discutido. Por mais que o lado que vai contra Rosenhan seja importante, e possua argumentos relevantes, o problema evidenciado por esses resultados acaba ofuscando tudo isso. É claro que a realidade atual é outra, e que provavelmente, se feita hoje, o experimento teria resultados um pouco diferentes (como é mostrado em um exemplo no texto). Mas a frieza dos diagnósticos baseados em um manual pré-definido e generalizado, e a tendência de classificar o problema do paciente como algum transtorno, sem se preocupar com os problemas que isso pode gerar, são problemas que mantêm essas situações demonstradas no texto potencialmente vivas.
Links:
Texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6NWRhNDE3YTk3ZTk3MmFh
Cavalo Hans:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Esperto
O experimento é narrado em terceira pessoa por uma psiquiatra que se mostra quase que fascinada pelos estudos de Rosenhan e seus resultados, o que de certa forma prejudica o texto, uma vez que o lado dos críticos e das pessoas que foram contra essa pesquisa acaba ficando desfavorecido.
Rosenhan, após refletir sobre o sistema de classificação dos pacientes baseado numa rotulação fria e robótica por parte dos psiquiatras, propõe a mais oito amigos - de diferentes profissões - que fossem à uma consulta e alegassem ouvir uma voz que dizia "TUM". Todos aceitaram prontamente, procederam conforme o proposto, e foram diagnosticados com um transtorno mental (quase que unanimemente esquizofrenia) e internados, o que é estranho uma vez que o sintoma apresentado não se encaixa à nenhum transtorno.
Depois de internados, o procedimento proposto era que agissem normalmente, alegando não ouvirem mais a voz, com a expectativa de serem liberados e reconhecidos como "normais", fato esse que não aconteceu. Eles ficaram em média 19 dias na clínica (variando esse período entre os participantes do experimento).
Ao sair da internação Rosenhan publicou suas anotações e conclusões em uma importante revista, apontando as falhas dos profissionais durante a consulta e o próprio tratamento dentro da clínica. Essa publicação gerou incomodo tanto por parte das clínicas envolvidas na pesquisa, quanto por parte de críticos que se viram ameaçados com os resultados, como por exemplo Spitzer, que depois escreveu dois artigos apontando erros no experimento, questionando os seus resultados.
O texto se prolonga mais em exemplos, falando de experimentos acontecimentos em que o resultado é influenciado conforme uma indução feita por quem participa deles (como o exemplo do cavalo Hans). Mas a ideia central do texto, que corresponde ao resultado do experimento e suas implicações, é o que julgo mais importante à ser discutido. Por mais que o lado que vai contra Rosenhan seja importante, e possua argumentos relevantes, o problema evidenciado por esses resultados acaba ofuscando tudo isso. É claro que a realidade atual é outra, e que provavelmente, se feita hoje, o experimento teria resultados um pouco diferentes (como é mostrado em um exemplo no texto). Mas a frieza dos diagnósticos baseados em um manual pré-definido e generalizado, e a tendência de classificar o problema do paciente como algum transtorno, sem se preocupar com os problemas que isso pode gerar, são problemas que mantêm essas situações demonstradas no texto potencialmente vivas.
Links:
Texto:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWZ8Z3g6NWRhNDE3YTk3ZTk3MmFh
Cavalo Hans:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Esperto
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Assistência de Enfermagem a Pacientes com Desordem Bipolar e Sentimentos da Estudante de Enfermagem: Estudo de Caso
Esse texto fala - através de uma linguagem bem fluída e descritiva - basicamente da experiência de uma enfermeira ao cuidar de uma paciente que sofria da desordem bipolar, ou transtorno bipolar, também tratada no texto como psicose maníaco depressiva de ciclagem rápida. Esse transtorno é basicamente uma mudança de comportamento extremamente acentuada, que geralmente se dá em poucos estantes, podendo ocorrer várias vezes em um mesmo dia, onde a pessoa afetada passa de uma profunda depressão à picos extremos de euforia.
No texto, a paciente retratada tinha 61 anos, e provavelmente sofria do transtorno há muito tempo, pois seu quadro estava bem agravado, e o próprio transtorno tem a característica de se apresentar na pessoa durante a juventude, podendo ter diferentes intensidades durante a vida sob influência de acontecimentos externos que possam afetar a pessoa.
Quando a enfermeira teve o primeiro contato com a paciente, ela estava no estado depressivo. Nesse encontro a enfermeira se mostrou muito afetada pela paciente, revelando que se sentiu pesada, contagiada pela depressão. Esse resultado provém do próprio tratamento utilizado pela enfermeira, que é o que eu julgo de mais interessante no texto, sendo esse tratamento feito basicamente pela convivência entre a enfermeira e a paciente, onde a enfermeira a estudava para tentar encontrar meios para incentivar, e auxiliar a paciente a chegar à cura, não simplesmente entregá-la num frasco - o que resolveria o problema à curto prazo - como se faz comumente.
Tal método aproximava muito a enfermeira à paciente, fato explicitado no texto tanto nesse primeiro encontro, quanto em um encontro seguinte onde a enfermeira já estava com um plano definido, depois de muito estudo, para agir corretamente com a paciente no estado depressivo. Mas nesse caso o transtorno revelou sua característica instantânea, e quando a enfermeira foi ao encontro da paciente ela já estava no estado maníaco, de grande euforia, em que a enfermeira obviamente deveria agir de forma completamente diferente. Nesse encontro a enfermeira também se sentiu afetada, mas agora por uma exaustão, quase uma irritação por não conseguir domar a paciente quase que incontrolavelmente ativa.
Essas reações mostram como esse problema é real e ao mesmo tempo sutil, uma vez que o enxergamos com uma perspectiva distante, sem saber que ele pode nos afetar mesmo nós não sendo os diretos sofredores do problema.
Por fim, o texto mostra que a enfermeira obteve bons resultados com o seu método, pois conseguiu uma boa conexão com a paciente, gerando um elo de confiança entre elas. Em suas conversas ela se preocupou em enfatizar o valor da vida da paciente, e como sua recuperação era importante não só para ela mas para a sua família que estava ao lado dela torcendo por isso. Esse tipo de tratamento não é o convencional, mas entendo que seja o mais humano e de fato efetivo, uma vez que tais problemas são internos ao ser humano, portanto, impossíveis de serem solucionados por um comprimido que haje sobre o corpo, talvez apenas abrandando alguns sintomas. Em uma analogia ao texto de Descartes comentado acima, enfatizo a importância de um tratamento numa perspectiva interna, psicológica, e não biológica, orgânica, uma vez que o problema está atrelado à alma, uma parte fora das limitações do corpo, e que portanto, não sofre a ação de químicos formulados para agir sobre o nosso organismo. Com isso, entendo que uma solução só seria encontrada pela própria paciente, uma vez que é a única que consegue agir sobre a sua alma, sendo trabalho da enfermeira apenas mostrar os caminhos, processo que eu vi acontecer no relato exposto nesse texto.
No texto, a paciente retratada tinha 61 anos, e provavelmente sofria do transtorno há muito tempo, pois seu quadro estava bem agravado, e o próprio transtorno tem a característica de se apresentar na pessoa durante a juventude, podendo ter diferentes intensidades durante a vida sob influência de acontecimentos externos que possam afetar a pessoa.
Quando a enfermeira teve o primeiro contato com a paciente, ela estava no estado depressivo. Nesse encontro a enfermeira se mostrou muito afetada pela paciente, revelando que se sentiu pesada, contagiada pela depressão. Esse resultado provém do próprio tratamento utilizado pela enfermeira, que é o que eu julgo de mais interessante no texto, sendo esse tratamento feito basicamente pela convivência entre a enfermeira e a paciente, onde a enfermeira a estudava para tentar encontrar meios para incentivar, e auxiliar a paciente a chegar à cura, não simplesmente entregá-la num frasco - o que resolveria o problema à curto prazo - como se faz comumente.
Tal método aproximava muito a enfermeira à paciente, fato explicitado no texto tanto nesse primeiro encontro, quanto em um encontro seguinte onde a enfermeira já estava com um plano definido, depois de muito estudo, para agir corretamente com a paciente no estado depressivo. Mas nesse caso o transtorno revelou sua característica instantânea, e quando a enfermeira foi ao encontro da paciente ela já estava no estado maníaco, de grande euforia, em que a enfermeira obviamente deveria agir de forma completamente diferente. Nesse encontro a enfermeira também se sentiu afetada, mas agora por uma exaustão, quase uma irritação por não conseguir domar a paciente quase que incontrolavelmente ativa.
Essas reações mostram como esse problema é real e ao mesmo tempo sutil, uma vez que o enxergamos com uma perspectiva distante, sem saber que ele pode nos afetar mesmo nós não sendo os diretos sofredores do problema.
Por fim, o texto mostra que a enfermeira obteve bons resultados com o seu método, pois conseguiu uma boa conexão com a paciente, gerando um elo de confiança entre elas. Em suas conversas ela se preocupou em enfatizar o valor da vida da paciente, e como sua recuperação era importante não só para ela mas para a sua família que estava ao lado dela torcendo por isso. Esse tipo de tratamento não é o convencional, mas entendo que seja o mais humano e de fato efetivo, uma vez que tais problemas são internos ao ser humano, portanto, impossíveis de serem solucionados por um comprimido que haje sobre o corpo, talvez apenas abrandando alguns sintomas. Em uma analogia ao texto de Descartes comentado acima, enfatizo a importância de um tratamento numa perspectiva interna, psicológica, e não biológica, orgânica, uma vez que o problema está atrelado à alma, uma parte fora das limitações do corpo, e que portanto, não sofre a ação de químicos formulados para agir sobre o nosso organismo. Com isso, entendo que uma solução só seria encontrada pela própria paciente, uma vez que é a única que consegue agir sobre a sua alma, sendo trabalho da enfermeira apenas mostrar os caminhos, processo que eu vi acontecer no relato exposto nesse texto.
Link para o texto:
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Prevenção do Suicídio - Parte II
A segunda parte do texto mostra mais a realidade interna do CVV quanto instituição, detalhando e pontuando as diversas partes da abordagem realizada por eles durante o atendimento. Essa parte mostra também de forma detalhada todo o processo pelo qual a pessoa que pretende trabalhar no CVV deve passar para se tornar um voluntário efetivo da instituição.
O CVV é uma instituição antiga, iniciada em São Paulo no ano de 1962, sendo reconhecida como Serviço de Utilidade Pública Federal apenas onze anos depois. Hoje com uma estrutura bem mais organizada e respeitada, a instituição conta com vários voluntários que se renovam continuamente para suprir a demanda de atendimento 24h por dia, todos os dias da semana, sem interrupções. A base desse projeto é humanista uma vez que não possui fins lucrativos, não é vinculada à nenhuma religião e não possui caráter profissional ou profissionalizante. Dessa forma o CVV se mostra como uma instituição preocupada com a sociedade, buscando harmonizá-la, enfatizando o valor da vida .
O PSV (Programa de Seleção de Voluntários) é uma das partes fundamentais do texto, talvez amais detalhada, pois através desse processo podemos enxergar melhor como a instituição funciona e o que ela espera daqueles que pretendem fazer parte dela. Esse programa - que pode ser encarado como um treinamento - funciona basicamente em duas etapas, os Temas: onde são expostas as teorias; e os Estágios: onde os alunos passam por treinamentos mais práticos. Dentro das turmas existe um facilitador, uma espécie de professor que dirigirá as aulas e tirará as duvidas dos alunos, no texto fica claro que se espera uma relação tranquila, sem muita separação hierárquica entre o facilitador e o aluno, de modo que cada um consiga dirigir a sua formação conforme suas dificuldades.
Essa segunda parte do texto desmistifica bastante o trabalho do CVV, pois mostra vários tipos de abordagem realizadas pelos voluntários, saindo do imaginário que todas as ligações e conversas são feitas dentro de um cenário tenso de situação clara de suicídio. O fato é que dentro de todas as situações, o CVV busca manter o seu foco na pessoa, desviando a atenção que geralmente é dada ao problema, de modo que a pessoa se sinta acolhida, pois e instituição vê o acolhimento como um método muito mais eficaz e seguro do que o próprio aconselhamento.
Em suma, o texto enfatiza o caráter humanitário do Centro de Valorização da Vida, o qual busca disponibilizar calor humano, conversa pessoal, acreditando mais nessa relação do que na frieza clínica que todos buscam fornecer.
O CVV é uma instituição antiga, iniciada em São Paulo no ano de 1962, sendo reconhecida como Serviço de Utilidade Pública Federal apenas onze anos depois. Hoje com uma estrutura bem mais organizada e respeitada, a instituição conta com vários voluntários que se renovam continuamente para suprir a demanda de atendimento 24h por dia, todos os dias da semana, sem interrupções. A base desse projeto é humanista uma vez que não possui fins lucrativos, não é vinculada à nenhuma religião e não possui caráter profissional ou profissionalizante. Dessa forma o CVV se mostra como uma instituição preocupada com a sociedade, buscando harmonizá-la, enfatizando o valor da vida .
O PSV (Programa de Seleção de Voluntários) é uma das partes fundamentais do texto, talvez amais detalhada, pois através desse processo podemos enxergar melhor como a instituição funciona e o que ela espera daqueles que pretendem fazer parte dela. Esse programa - que pode ser encarado como um treinamento - funciona basicamente em duas etapas, os Temas: onde são expostas as teorias; e os Estágios: onde os alunos passam por treinamentos mais práticos. Dentro das turmas existe um facilitador, uma espécie de professor que dirigirá as aulas e tirará as duvidas dos alunos, no texto fica claro que se espera uma relação tranquila, sem muita separação hierárquica entre o facilitador e o aluno, de modo que cada um consiga dirigir a sua formação conforme suas dificuldades.
Essa segunda parte do texto desmistifica bastante o trabalho do CVV, pois mostra vários tipos de abordagem realizadas pelos voluntários, saindo do imaginário que todas as ligações e conversas são feitas dentro de um cenário tenso de situação clara de suicídio. O fato é que dentro de todas as situações, o CVV busca manter o seu foco na pessoa, desviando a atenção que geralmente é dada ao problema, de modo que a pessoa se sinta acolhida, pois e instituição vê o acolhimento como um método muito mais eficaz e seguro do que o próprio aconselhamento.
Em suma, o texto enfatiza o caráter humanitário do Centro de Valorização da Vida, o qual busca disponibilizar calor humano, conversa pessoal, acreditando mais nessa relação do que na frieza clínica que todos buscam fornecer.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Prevenção do Suicídio - Parte I
O texto mostra diversas abordagens sobre o ato do suicídio, citando nomes importantes no assunto como Émile Durkheim que em sua obra classificou três tipos de suicídios considerados por ele os mais importantes: o suicídio egoísta, o altruísta e o anônimo. Após essas citaçōes - importantes para a localização do leitor dentro do assunto - o texto apresentou a teoria que serve de base para todo o seu desdobramento, a Teoria Humanista abordada por Rogers.
A abordagem do texto tem seu enfoque no trabalho do Centro de Valorização da vida (CVV), uma instituição que realiza trabalhos com o objetivo de prevenir suicídios. A teoria de Rogers é a base do trabalho do CVV. Dentro do estudo do suicídio Rogers coloca o homem como um ser em busca do desenvolvimento de suas potencialidades, sendo esse o maior sentido de sua existência, então uma vez perdida essa capacidade de desenvolver-se ou até mesmo a motivação para tal, a vida perde o seu sentido, gerando um conflito em sua mente que pode levar ao suicídio.
Esse processo pode ser demorado, e é bem particular pois sofre influencias externas e até mesmo internas do indivíduo que o sofre, uma vez que - como o texto aborda - diferentes experiências são absorvidas por pessoas de forma diferente, segundo suas percepçōes. O trabalho do CVV no entanto não é de inverter esse processo, mas sim acabar com ele, através de métodos bem simples, uma vez que a instituição trabalha com voluntários, os quais não são especialistas no assunto, apensa treinados.
Com isso o trabalho do CVV se mostra no texto, particularmente, de forma surpreendente, pois um problema tão sério e complexo, naturalmente se resolveria por métodos elaborados e específicos. Mas o que o texto mostra é um trabalho simples, embasado na conversa, mais especificamente em saber escutar. O método é embasado em três principais pontos que devem ser presentes no diálogo entre o voluntário do CVV e a pessoa que está pensando em cometer suicídio e portanto está buscando uma ajuda. Os três pontos são: Compreensão Empática, Consideração Positiva Incondicional e Congruência; em que o primeiro aborda uma processo de entendimento por parte do voluntário onde ele vai se colocar no lugar da pessoa que está pensando no suicídio; o segundo aponta para o primeiro frisando a aceitação, ou seja, no decorrer da conversa o voluntário não poderá julgar se o que a pessoa está falando ou fazendo é certo ou errado; e o terceiro aborda a questão da sinceridade durante a conversa.
De forma geral, o suicídio se mostra no texto como um problema externo ao indivíduo que o sofre, o qual causa conflitos internos, de modo que a solução para esses conflitos só pode vir do interior do indivíduo. Com isso o CVV entra com o seu trabalho, provocando o indivíduo a buscar a solução para o seu problema em seu interior, sem influenciá-lo a tomar determinadas decisōes, fugindo da tendência social de apontar o problema e classificá-lo para achar um possível solução forçada.
A abordagem do texto tem seu enfoque no trabalho do Centro de Valorização da vida (CVV), uma instituição que realiza trabalhos com o objetivo de prevenir suicídios. A teoria de Rogers é a base do trabalho do CVV. Dentro do estudo do suicídio Rogers coloca o homem como um ser em busca do desenvolvimento de suas potencialidades, sendo esse o maior sentido de sua existência, então uma vez perdida essa capacidade de desenvolver-se ou até mesmo a motivação para tal, a vida perde o seu sentido, gerando um conflito em sua mente que pode levar ao suicídio.
Esse processo pode ser demorado, e é bem particular pois sofre influencias externas e até mesmo internas do indivíduo que o sofre, uma vez que - como o texto aborda - diferentes experiências são absorvidas por pessoas de forma diferente, segundo suas percepçōes. O trabalho do CVV no entanto não é de inverter esse processo, mas sim acabar com ele, através de métodos bem simples, uma vez que a instituição trabalha com voluntários, os quais não são especialistas no assunto, apensa treinados.
Com isso o trabalho do CVV se mostra no texto, particularmente, de forma surpreendente, pois um problema tão sério e complexo, naturalmente se resolveria por métodos elaborados e específicos. Mas o que o texto mostra é um trabalho simples, embasado na conversa, mais especificamente em saber escutar. O método é embasado em três principais pontos que devem ser presentes no diálogo entre o voluntário do CVV e a pessoa que está pensando em cometer suicídio e portanto está buscando uma ajuda. Os três pontos são: Compreensão Empática, Consideração Positiva Incondicional e Congruência; em que o primeiro aborda uma processo de entendimento por parte do voluntário onde ele vai se colocar no lugar da pessoa que está pensando no suicídio; o segundo aponta para o primeiro frisando a aceitação, ou seja, no decorrer da conversa o voluntário não poderá julgar se o que a pessoa está falando ou fazendo é certo ou errado; e o terceiro aborda a questão da sinceridade durante a conversa.
De forma geral, o suicídio se mostra no texto como um problema externo ao indivíduo que o sofre, o qual causa conflitos internos, de modo que a solução para esses conflitos só pode vir do interior do indivíduo. Com isso o CVV entra com o seu trabalho, provocando o indivíduo a buscar a solução para o seu problema em seu interior, sem influenciá-lo a tomar determinadas decisōes, fugindo da tendência social de apontar o problema e classificá-lo para achar um possível solução forçada.
segunda-feira, 31 de março de 2014
Medicina dos Afetos
Esse texto de Descartes é um diálogo entre ele e Elisabeth, diálogo esse feito por cartas, e por isso, atravessando diversos momentos vividos pelos dois. O tema principal da conversa é uma dúvida apontada por Elisabeth a respeito da definição de corpo, alma, e a relação entre os dois (sendo esse terceiro o ponto mais discutido). Sendo Descartes um grande pensador e teórico desse assunto, mostrou suas opiniões em suas cartas tentando esclarecer as diversas dúvidas levantadas por Elisabeth.
Descartes afirmou algo que de certa forma confundiu Elisabeth a respeito da alma, pois a colocou como imaterial, sem extensão, atributo dificilmente aceito na época, uma vez que grandes pensadores analisavam apenas o concreto, através de experiências em laboratórios. Mas o pior veio depois, numa análise da relação entre corpo e alma, pois como pode algo imaterial como a alma dominar algo concreto como o corpo?
A partir disso Descartes passa a relacionar tais pensamentos e aplicá-los à situação vivida por Elisabeth. E esta é a parte mais interessante do texto na minha opinião, pois Descartes aplica a relação de corpo e alma dentro de uma doença que Elisabeth estava enfrentando. Nesse ponto Descartes explica que a alma tem uma grande influencia sobre a doença, pois uma vez que a pessoa está tranquila e realmente confia que a natureza do seu corpo reagirá bem à tal doença, provavelmente ela será curada, mas se ela focar no pensamento de que a doença não pode ser curada e que o natural é que doenças sejam mortais, provavelmente seu quadro se agravará.
Além disso, Descartes por várias vezes associa o estado de saúde de Elisabeth à sua condição espiritual, afirmando que a febre e as tosses secas que ela tinha eram resultados de um estado de tristeza. Sendo então o remédio mais eficiente a alegria, justamente o oposto ao suposto causador da doença. Nesse ponto Descartes aponta dois tipos de alma: as maiores e as vulgares, sendo as duas diretamente influentes no corpo. No caso das maiores, a pessoa acaba reagindo bem controlando a sua mente mesmo em situações adversas, já nas vulgares, a reação é sempre negativa, de modo que em situações difíceis, a pessoa tende a se desesperar agravando ainda mais o seu problema.
O mais interessante do texto é saber que todas essas conclusões foram tiradas do pensamento e da imaginação de Descartes, indo contra a tendência científica da época que é viva até hoje, onde as teorias só são aceitas depois de testadas e aplicadas ao laboratório. É claro que os métodos científicos são importantes, mas - principalmente em temas abstratos como a alma - é necessário ser um pouco lúdico. Porém é importante frisar que tais conclusões não foram tiradas facilmente, uma vez que Descartes gastou muitas horas pensando, sendo até mesmo necessário sair da agitação urbana e ir para o campo para se aprofundar em seus estudos esvaziando sua mente - no que eu entendo como meditação - para desenvolver suas teorias.
Por mais que a linguagem seja complicado, e no início o texto seja um pouco difícil de ler, conforme as ideias de Descartes vão desenvolvendo e as dúvidas de Elisabeth vão sendo esclarecidas, percebemos como a definição de algo tão primitivo, como a relação entre alma e corpo, pode ser bem complexa, mesmo sendo esse um assunto as vezes até banalizado por nós.
segunda-feira, 24 de março de 2014
O Lama no laboratório
O texto lido fala de um experimento feito em um praticante de meditação chamado Öser, de naturalidade europeia mas a muitos anos convertido ao budismo. O experimento foi feito por Richard Davidson, em um laboratório nos EUA fundado por ele mesmo. Depois de alguns convites rejeitados por monges mais reservados e conservadores, Davidson mergulhou fundo na pesquisa com Öser e usou os melhores equipamentos para desenvolver seus experimentos.
As pesquisas foram feitas basicamente no cérebro de Öser, sendo analisados as reações dele em diferentes estados de meditação, sob diferentes estímulos. E os resultados foram surpreendentes! Obviamente eram esperados resultados fora do padrão, mas o que foi mostrado superou as expectativas. Öser mostrou quase que um total controle mental em diferentes situações, tanto em reações cerebrais - analisada por máquinas - quanto em reações externas totalmente dominadas pela mente dele através da meditação.
Mas o experimento que particularmente mais me chamou a atenção foi uma espécie de discussão proposta pelos pesquisadores entre Öser e outras duas pessoas que no caso tinham opiniões divergentes à dele, sendo uma das pessoas de comportamento tranquilo, e a outra estressada e agitada, o resultado foi que durante a conversa, Öser conseguiu passar a sua serenidade tanto para a pessoa tranquila quanto para a estressada.
Tais resultados só puderam ser alcançados por Öser depois de vários anos de treinamento em meditação, e conversando com alguns colegas que também leram o texto, pude trocar opiniões a respeito da meditação e seus resultados mostrados através da pesquisa relatada no texto. A conclusão que cheguei foi que qualquer um pode praticar a meditação e enxergar resultados em seu cotidiano, mas dentro da cultura que vivemos no Brasil, sobretudo em Brasília, onde tudo se transforma em uma corrida estressante por dinheiro, seria impossível alcançar os resultados mostrados na pesquisa. Porém todos os que leram o texto ficaram instigados a pelo menos parar um pouco durante o seu dia - como o próprio texto propõe - e refletir, esvaziar a mente, por mais que seja uma prática esquecida e desvalorizada dentro da nossa cultura.
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